Os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil continuam a ser analisados pela imprensa francesa. "O fracasso das pesquisas também foi obra de uma 'sabotagem' organizada na cúpula do Estado", relata reportagem do jornal Le Monde nesta terça-feira (4).
Os 43% obtidos por Jair Bolsonaro (PL) demonstram que a extrema direita recuou relativamente pouco em relação à eleição de 2018, quando o candidato obteve 46% dos votos. O atual presidente lidera na metade dos Estados brasileiros, explica o Le Monde.
Em São Paulo, o Estado mais populoso do Brasil, Bolsonaro registrou a margem confortável de 7% de votos à frente do ex-presidente Lula (PT). A questão é: como os pesquisadores subestimaram tanto o voto da extrema direita?
egundo a cientista política Mayra Goulart, entrevistada pelo jornal francês, o problema não vem da metodologia das pesquisas, mas sim da "falta de dados". O último censo da população brasileira data de 2010 e sua atualização, agora em andamento, foi adiada devido à pandemia de Covid-19.
A especialista explica que os modelos dos institutos estão mal calibrados e não levaram em conta o aumento exponencial da população evangélica, amplamente favorável a Bolsonaro, "apesar do retorno da fome, do desmatamento selvagem e da tragédia provocada pela Covid-19", aponta o Le Monde.
O fracasso das pesquisas também é resultado de uma sabotagem, organizada no topo do Estado, insiste Mathias Alencastro, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Há meses, o governo de extrema direita vem exortando seus apoiadores a não responderem às pesquisas de opinião.
Na avaliação feita por Alencastro ao Le Monde, a extrema direita também se beneficiou de falhas na campanha de Lula – essencialmente, um atraso nas redes sociais e um discurso muito consensual, prometendo "livros" e "amor" enquanto seu rival aposta em "armas" e "ódio".
Tebet e Ciro definirão vencedor
Para Lula, a disputa não será fácil e o apoio da senadora Simone Tebet (MDB), que já declarou "estar do lado dos que defendem a democracia" se torna decisivo, conclui o jornal francês.
A agência AFP também ouviu vários analistas. Segundo Bruna Santos, do Brazil Institute no Wilson Center de Washington, Tebet e Ciro Gomes (PDT) - que ficou em quarto lugar no primeiro turno - serão muito cortejados. Juntos, eles tiveram o voto de cerca de oito milhões de eleitores, que decidirão quem será o próximo presidente do Brasil, diz a pesquisadora.
Os votos dos eleitores de Simone Tebet e Ciro Gomes poderão definir o vencedor do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil no próximo 30 de outubro. © Fotomontagem com fotos da AP/Marcelo Chello/
Il faut être un sacré farceur pour faire croire aux Martiniquais qu'un deuxième Cuba est possible Lire la suite
...toute la "classe politique" (qui n’est d’ailleurs pas une "classe sociale") sur le même plan ? Lire la suite
...ou ka trouvé tout diks-li, òben yo ka viré enprimé tou sa i fè-a vitman présé! Lire la suite
...À une époque pas si lointaine, l’adjectif qualificatif "national" était fréquemment utilisé po Lire la suite
ce sera très drôle! Lire la suite